sábado, 27 de junho de 2009

CIRCO SEM PÃO

Parece um tanto quanto contraditória a posição dos nossos gestores. Recentemente recebemos a informação através da Administração Pública Estadual de que a arrecadação havia caído, de que o FPM- Fundo de Particpação dos Municipios havia diminuído e por cont disso teríamos que aguardar a Construção da Escola Ministro Armando Rollemberg, assim como o anel viário aqui do Conjunto Jardim. O Curioso está aí. Só no Forró Siri/2009 o Governo Estadual está investindo uma quantia razoável através do BANESE e outros órgãos estatais. Não sou contra as festas, pelo contrário elas são necessárias sim, afinal é através delas que o circo se manifesta. Agora qual a prioridade? educação ou uma festa onde vão acontecer acidentes de trânsito, ferimentos etc.? O bom senso apela pela coerência. Espero que os senhores olhem pela nossa comunidade não apenas como um colégio eleitoral de 7.000 votos e sim por um local onde residem trabalhadores e trabalhadoras que ajudam no crescimento do nosso ESTADO.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A influência da língua materna no ensino do francês como segunda língua

A INFLUÊNCIA DA LÍNGUA MATERNA (PORTUGUÊS) NA APRENDIZAGEM DE UMA SEGUNDA LÍNGUA (FRANCÊS)


*José Aparecido V. dos Santos
*Erica Melo Matos
*Joelice


RESUMO

Não há divisão de memória e pensamento entre a Língua Materna e a Língua Estrangeira, ambas são processadas no mesmo lugar, nosso cérebro, por essa razão é imprescindível para o ensino de uma língua estrangeira ter-se uma noção prévia dos aspectos em comum ou diferente entre as duas línguas que poderão com mais freqüência interferir no aprendizado da mesma. Através de autores como: Almeida Filho, Stern, Garcez e outros verifica-se que o ensino de uma Língua Estrangeira não deve ser totalmente dissociada dos conhecimentos da Língua Materna, o ideal é tentar lidar da melhor forma possível com as influências de uma sobre a outra.


Palavras-Chave: língua-materna. aquisição da língua estrangeira. metodologia.

INTRODUÇÃO
Este artigo tem o objetivo de verificar o processo de aprendizagem da língua francesa por falantes da língua portuguesa no que concerne aos aspectos em comum ou diferentes entre as línguas que, respectivamente, podem ajudar ou dificultar tal aprendizagem, levando-se em conta a origem de ambas.
Através de pesquisas bibliográficas, observações de ambas as línguas, da análise de teorias como a da Lingüística Contrastiva (Análise Contrastiva e Análise de Erros) com base nas definições de autores como: Mario Vilela e Francisco José Quaresma de Figueiredo, entre outros, da opinião de vários autores acerca do assunto e do conhecimento acerca da origem de ambas, pode-se compreender melhor a razão de muitos aspectos serem assimilados com mais facilidade e outros serem responsáveis por uma grande margem de erros constantes. Mas mediante todos esses fatores analisados, um aspecto é incontestável: não se pode separar totalmente uma experiência da outra (aprendizagem da Língua Materna e da Língua Estrangeira), deve-se procurar a melhor forma de lidar com a influência de uma sobre a outra.

* Os autores são alunos do curso de letras português-francês da UFS.
A INFLUÊNCIA DA LÍNGUA MATERNA (PORTUGUÊS) NA APRENDIZAGEM DE UMA SEGUNDA LÍNGUA (FRANCÊS)

(...) a língua estrangeira é, por definição, uma segunda língua, aprendida depois e tendo como referência uma primeira língua, aquela da primeira infância. Pode-se apreender uma língua estrangeira somente porque já se teve acesso à linguagem através de uma outra língua. (Revuz, 1997, p.215).
Muitos estudos foram feitos sobre a aquisição da língua materna, entre eles destacam-se a teoria behaviorista, a do inatismo e a do sociointeracionismo; no estudo da aprendizagem de uma segunda língua uma das teorias que merece destaque é a da interferência de uma língua sobre a outra. Segundo Stern (1970,p.64) “a presença da primeira língua no indivíduo aprendendo uma segunda língua é um fator que não pode e não deve ser ignorado”. Para o autor, ocorrem erros na aprendizagem de uma segunda língua, pois o indivíduo irá apoiar-se na estrutura da língua materna para produzi-la.
A discussão acerca do assunto divide opiniões, tendo em vista que alguns autores consideram prejudicial, outros, benéfica, a influência da língua materna sobre a língua estrangeira.
Há muitas dificuldades e bloqueios do aprendiz léxico-semântico, pela interferência da língua materna na aprendizagem da língua estrangeira.
Para Vandresen (1988,p.77), a “interferência” é manifestada através de “desvios” na língua estrangeira estudada, por influência da língua materna do aprendiz, ou seja, o aprendiz tenta substituir traços fonológicos, morfológicos, sintáticos da língua estrangeira pelos da língua materna.
Segundo Almeida Filho (1995,p.19), línguas muito próximas levam o aprendiz a viver numa zona de facilidade enganosa proporcionada pelas percepções dos aprendizes.
A facilidade enganosa a que se refere Almeida Filho (1995,p.15) encontra-se na teoria de aquisição de língua expressa pela hipótese da análise contrastiva (que prevê os itens lingüísticos que causam mais dificuldade e os erros que o indivíduo tende a cometer). É importante também conhecer a teoria da Análise de Erros (através da qual pesquisadores puderam concluir que a interlíngua reflete padrões sistemáticos de erros e de estratégias comunicativas).
Em relação à aprendizagem da língua francesa por falantes do português é importante destacar que ambas sofreram influência do latim, o que pode explicar possíveis semelhanças entre elas.
O ensino de língua estrangeira está diretamente vinculado a fatores culturais.Garcez (1998) em “A escrita e o outro”, também discute a idéia de linguagem como produto sócio-histórico, como forma de interação social realizada por meio de enunciações.
É importante salientar que o aluno de português como língua materna já internalizou parte do processo de letramento, enquanto que o francês como língua estrangeira ainda está em processo de sensibilização e conhecimento da segunda língua, ou seja, ele ainda não a internalizou.
O aluno relaciona a LM à LE, o aprendizado e o desenvolvimento são inter-relacionados. Ele carrega um conhecimento em LM o qual possibilita o aprendizado de LE, relaciona seu conhecimento prévio, de mundo, de cultura, de escrita, etc.
De acordo com os PCNs, (1998,p.32) no que se refere aos conhecimentos que a aluno tem que adquirir em relação à LE, ele irá se apoiar nos conhecimentos correspondentes que tem e nos usos que faz deles como usuário de sua língua materna em textos orais e escritos. Tanto que uma das estratégias típicas usadas por aprendizes é exatamente a transferência do que sabe como usuário de sua LM para a LE.
Na aprendizagem do francês, vamos perceber como aspectos “facilitadores”, por exemplo, os pronomes pessoais do caso reto são muito parecidos e o falante da língua portuguesa vai se apoiar na LM para aprender o francês, servindo para memorizar com mais facilidade:
FRANC.
PORT.
je
eu
tu
tu
il/elle
ele/ela
nous
nós
vous
vós
ils/elles
eles/elas


; a estrutura das frases – sujeito, verbo, objeto:
EX: O menino fala francês / Le garçon parle le français.
; presença de cognatos:
EX: alto-haut / ar-air / clima-climat / combate-combat / nome-nom, etc.
; por outro lado a influência da LM na aprendizagem da LE encontra dificuldades como: falsos cognatos:
EX:
FRANC.
TRAD.
PORT.
depuis
desde
depois
mot
palavra
moto
par
por
para
pourtant
entretanto
portanto
gatêau
bolo
gato
chat
gato
chá

, a tentativa de transferência de pronúncia da LM para a LE (o que no caso da língua francesa encontra muitos problemas devido à pronúncia muito diferente, como por exemplo: a pronúncia das vogais i, e e o, a pronúncia do r final,etc. Outro aspecto que dificulta na aprendizagem de uma nova língua é a tradução literal- palavra por palavra, o contexto é essencial, o termo deve aparecer em seu uso real para evitar equívocos (por exemplo robe-vestido em francês/robe-roupão em português).

CONCLUSÃO
Levando-se em conta as análises e estudos feitos acerca do assunto, conclui-se que não se deve almejar o ensino de uma LE totalmente separado da LM, tendo em vista que o processo de aprendizagem da LE está envolto pelos conhecimentos anteriores do aprendiz sobre linguagem e sobre a estrutura da LM ou de outras línguas conhecidas. Essa interdependência gera uma instabilidade através de aspectos positivos e negativos para a aprendizagem. Para se ter um bom desempenho no ensino é necessário então, estudar a presença ou a ausência da transferência e interferência lingüística no domínio das duas línguas, utilizar-se da LM para aprimorar os conhecimentos em relação à aprendizagem da LE e descobrir quais as dificuldades mais significativas para se poder lidar melhor com elas.
REFERÊNCIAS

FIGUEIREDO, Francisco José Quaresma de. Da Primeira à segunda língua: algumas teorias lingüísticas. In: Aprendendo com os erros: uma perspectiva comunicativa no ensino de línguas. Goiânia: Editora UFG, 1997.

GARCEZ, L. H. do C. A escrita e o outro: os modos de prticipação na construção do texto. Brasília: UNB, 1998.

VILELA, Mario. Tradução e Análise Contrastiva: Teoria e Aplicação. Lisboa: Caminho, 1994.

REVUZ, C. A língua estrangeira entre o desejo de um outro lugar e o risco do exílio. In: Lingua (gem) e identidade. São Paulo: Mercado de Letras, 1997.

www.proceedings.scielo.php

www.dle.uem.br

www.historiadomundo.com.br

www.fbpf.org.br

www.revistas.ufg.br