sábado, 13 de fevereiro de 2010

Biografia de Graciliano Ramos

Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo, nas Alagoas, em fins de outubro de 1892. Lá, passou sua infância e parte da adolescência, repartindo-se, com a família, entre as cidades de Buíque, Viçosa e Palmeira dos Índios. Primeiro dos quinze filhos, Graciliano foi sempre visto pela família como um sujeito difícil, taciturno e introspectivo.
Fez os estudos secundários em Maceió, sem, no entanto, cursar nenhuma faculdade. O pai vivia do comércio e o filho mais velho foi aventurar-se: esteve, por breve período, no Rio de Janeiro, onde por , volta de 1914, trabalhou como revisor e redator nos jornais Correio da Manhã e A Tarde.
Mas , ao saber que três de seus irmãos tinham morrido de febre bubônica, torna ao Nordeste e passa a ser jornalista, fazendo política também. Foi prefeito de palmeira dos Índios entre os anos de 1928 e 30. É dessa época o seu primeiro romance ( Caetés, 1933);
De 1930 a 1936 vive em Maceió, dirigindo a Imprensa e a Instrução do Estado de Alagoas. E é de março de 36 a janeiro de 1937 que vive os mais difíceis dias de sua vida. Acusado de subversivo e comunista, passa dez meses de prisão em prisão, sem saber do que o acusam, sem sequer ser ouvido em depoimento ou processado.
Desse tempo terrível, nascerá mais tarde Memórias do Cárcere, um relato que soma a angústia de existir, o medo e a inquietação. Muda-se para o Rio de Janeiro. Seus romances, histórias para crianças e artigos passam a ser reconhecidos como o maior legado literário desde Machado de Assis.
Em 1945, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro e, em 1952, viajou para a Rússia e países comunistas; o que presenciou nessa peregrinação está contido num outro livro: Viagem(1954).
Em 1953, morre no Rio, vítima de câncer.
Suas obras já foram traduzidas para o russo, francês, inglês, alemão. E, em 1964, o romance Vidas Secas ganhou a versão cinematográfica pelas mãos de Nélson Pereira dos Santos.
A obra de Graciliano representa para o Nordeste o registro de uma época em que as dificuldades sociais se sobrepunham a lógica.
Fonte: Arquivo-BICEN/UFS